Passeio imperdível: Parc Güell

O colorido e instigante Parc Güell surgiu de um projeto fracassado. Tudo começou quando um cara chamado Eusebi Güell comprou uma área de 17 hectares em Gràcia, no norte de Barcelona, com a intenção de transformá-la em um condomínio residencial com 60 casas e alguns prédios públicos.

Em 1900 nosso amigo Güell pediu para que seu amigo Gaudi desenvolvesse o projeto. Gaudi trabalhou no projeto até 1914, mas não deu certo. Coitadinho do Güell não vendeu nadica de nada. Aí, em 1918 a cidade comprou a área e em 1922 o transformou em um parque aberto ao público.

Antes de virar parque, Gaudi morou lá por cerca de 20 anos, na casa onde hoje funciona a Casa-museu Gaudi.

Pra chegar no Parc Güell você pode ir de táxi e parar na porta, ou pegar o metrô até a estação Vallcarca, linha verde (L3), e subiiiiir...

A subida é de tirar o fôlego dos mais despreparados fisicamente, mesmo com as escadas rolantes. Mas é bem divertida. Daí você chega lá e encontra a vista da cidade como recompensa:

A chegada das escadas rolantes é a "dos fundos", a entrada principal mesmo é a das famosas escadarias onde está o mais famoso ainda lagarto.

Mas entrar "pelos fundos" é bem legal, ao longo do caminho dá pra aproveitar a vista da cidade, ouvir os vários músicos tocando os mais diferentes tipos de música e comprar tranqueirinhas.

No caminho achei essa grade com cadeados. Pelo que ouvi dizer, diferente dos cadeados da Ponte Vecchio em Florença que significavam que os amantes permaneceriam juntos pra sempre; o paninho branco junto com os cadeados aí significa castidade. Se você colocar o cadiadinho aí significa que vai se "guardar", e quando cansar desse negócio de castidade tem que ir lá e abrir o cadeado. Péssima ideia né?

Mas vamos adiante. Além da escadaria e do lagarto. O parque tem outros símbolos famosos.

A praça oval:

 

O banco ondulante:

 

 A sala das 100 colunas, uma floresta de colunas com espaços iguais entre elas:

Mais alguns detalhes do parque:

O Parc Güell é lindo e o passeio é imperdível mesmo. Detalhes importantes: o dia tem que estar bonito, caso contrário não dá pra aproveitar a vista, se estiver chovendo, então, não vai valer a pena. A outra dica é tentar se programar para ir em um dia e horário não muito óbvio pra evitar encontrar muita gente por lá, quanto mais gente pior vão ficar suas fotos, e pode ser bem difícil encontrar um espacinho pra sentar no famoso banco de mosaicos.

#VAILÁPELAMORDEDEUS

Azeitona dá em árvore?

Semana santa aqui na Espanha é recesso escolar, por conta disso a cidade ficou bem vazia a semana toda. Todo mundo viajou! Eu é que não ia ficar de fora!

Então, segunda fomos passar o dia em Tortosa com os nossos amigos já conhecidos por aqui Joan, Ana, Joan filho e Mar.

Tortosa é um município que fica na província de Tarragona, na Catalunya. Fica a 180km de Barcelona e o caminho é esse aqui:

Fomos de carro, todo mundo e mais o cachorro! Voltamos de trem na terça (Joan, Ana e as crianças passaram a semana toda por lá) - a viagem dura um pouco mais de 2h e custa €14.

Do lado de cá, Luis e Mar. Do lado de lá, Joan e Fibo. Ao centro o furgo-móvel!

No caminho paramos pra esticar as pernas e conhecer a "Ponte del Diablo", que na verdade não é uma ponte, mas um aqueduto romano, construída em algum momento que não sabem precisar, a.C.

Em cima, o aqueduto. No meio, as crianças se divertindo com o Fibo e a querida família Climent. Embaixo eu e meu bebê e Luis e o bebê dele. A fofa da Mar não desgruda do Luis e está me ajudando a treiná-lo! :)

Tá. Mas vocês devem estar se perguntando que diabos fomos fazer em Tortosa. É que o Joan tem um sítio de oliveiras, de onde ele pessoalmente (e com ajuda dos amigos) colhe as azeitonas pra fazer seu próprio azeite de oliva. Que é uma delícia, por sinal!

Isso é uma oliveira.

Olha só a vista:

Quem me conhece bem sabe que não sou muito chegada em mato (meu pai costumava me chamar de "pardal", que é um passarinho da cidade). Mas a vegetação aqui é mais aberta, não sei descrever exatamente... só sei que adorei o lugar! Espero voltar lá no verão!

Fibo passeou bastante (mas ele também é pardal e custou a botar as patinhas nas pedras)...

 Fiz o que tinha que fazer ao ar livre...

Colhemos aspargos selvagens (que trouxemos pra casa e usamos pra fazer um belo omelete!)...

Comemos comida feita direto no fogo da lareira, tomamos um bom vinho e curtimos bastante a tal da naturaleza...

Obrigada Joan e Ana pelo convite e pela amizade!

Poble-sec 3x1: Rosal 34, Es Xibiu e Gran Bodega Saltó

Poble-sec é outro bairro notívago de Barcelona. A diferença é que os bares são muito mais baratos que em outras regiões: cerveja por €1, taça de vinho por €2, pintxos por €1,50 e por aí vai.

Poble-sec é o Largo da Ordem de Barcelona.

Como sábado é dia de bar, lá fomos nós pra mais um 3x1.

Começamos pelo Rosal 34.

Esse é diferente dos outros bares da região, um pouco mais arrumado, mais pra restaurante que pra bar, bem mais caro. Segundo eles mesmos, servem "tapas de autor". É verdade que as tapas que pedimos estavam muito boas mesmo, mas eram muito pequenas e muito caras. Essas 3 "tapinhas" de nada aí + 2 taças de vinho saíram por €23. Chorei! Mas talvez valha a pena voltar e ficar com a degustação de tapas (7 tapas + bebida = €30 por pessoa), estou pensando no assunto!

Na 1a e 2a fotos: espetinho de camarão com milho tostado e queijo líquido + flor de abobrinha recheada com brandade de bacalhau e molho romesco. Na 3a e 4a fotos: coração de alcachofra com caviar iraniano e ovo de codorna gratinado.

De lá fomos aliviar o bolso no Es Xibiu. 

 Várias opções de pintxos (sempre pão com alguma coisa no palito, na hora de pagar é só contar os palitos!) por €1,50, vinhozinho por €2, um bom lugar no balcão, música boa e lá ficaríamos tranquilamente por algumas horas. 

Mas ainda tínhamos o Gran Bodega Saltó no roteiro.

No cardápio somente alguns sanduíches feitos ali mesmo no balcão (que não experimentamos desta vez). Mas não desanimamos, as mesas cheias de grupos animados pela bebida barata, a decoração peculiar e a bebida barata, claro, nos seguraram ali pelas últimas horas bem aproveitadas do sábadão. 

Besos! 

Carnaval combina com neve?

Nada como fazer um pouco de festa no carnaval - ainda que eu tenha mantido distância das multidões já fazem alguns anos - mas sabem que trocar as fantasias pelas jaquetas e roupas térmicas foi uma experiência interessante?

Bom, eu já tinha chegado perto de ver neve duas vezes, mas - sortuda que sou (só que não) - São Pedro interveio nas duas ocasiões e me impediu. O fato é que já que estou passando um inverno pertinho de um monte de lugares com neve, desse ano não podia passar.

Pedimos opinião pros amigos e optamos por Vall de Núria, na parte catalã dos Pirineus (aqui e aqui). Especialmente pela facilidade de chegar lá: um trem, uma cremallera, alguns poucos euros e 2h40m de viagem.

Cremallera (daqui)

O caminho

Vall de Núria é uma estação de esqui com um hotel imponente visto de fora, mas nem tanto visto de dentro.

A verdade é que o quarto era mais ou menos, o atendimento mais ou menos e a comida péssima. Mas, a diária em dia de semana (e foi por isso que optamos por ir no domingo e voltar na terça-feira) custava 114 para duas pessoas com pensão completa. Então, tá valendo. Para o principal objetivo - conhecer neve - o lugar era perfeito e a vista de tirar o fôlego!

Brinquei na neve...

Fiz um boneco...

Tá, tá, mentira minha. Encontramos vários bonequinhos prontos e esse era o mais bonitinho de todos.

E o primeiro dia foi muito muito legal. A sensação de frio nem era tão grande como eu pensava (a temperatura mínima que pegamos foi -8), a noite nevou e deu pra curtir um bom vinhozinho olhando a neve pela janela.

Ótimo! Planos para o dia seguinte: acordar cedo, tomar café da manhã, andar de teleférico pra conhecer toda a estação, fazer alguma trilha pela neve... Só que São Pedro realmente não colabora comigo quando o assunto é neve, de tanto eu pedir ele resolveu exagerar e o dia amanheceu com nevasca e a estação sem previsão de abertura.

Resolvemos economizar uma diária e voltar pra casa!

Pegamos a cremallera de volta e paramos numa cidadezinha chamada Ribes de Freser, onde pegaríamos o trem de volta pra Barcelona. Como faltavam 2h para o trem partir, decidimos almoçar por lá. Uma busca rápida na internet e descobrimos um hotelzinho + restaurante chamado Els Caçadors. Como o restaurante ainda não estava aberto (era 12h30, só abriria 13h), a simpática senhora da recepção pediu que a gente aguardasse no "salón de la luna". Uma salinha aconchegante com vista para montanha e até telescópio! Depois comemos uma comidinha de montanha muito melhor do que a do hotel de Vall de Núria.

Conclusões da viagem:

1- se você estiver em Barcelona e quiser ver neve - tipo, muita neve!, Vall de Núria é uma ótima opção.
2- se você gosta de esportes de neve, então o melhor é se hospedar por lá mesmo.
3- se esporte não é o que você procura e você insistir em ir pra Vall de Núria, o melhor conselho é se hospedar em Ribes de Freser, pegar a cremallera de manhã, passar o dia por lá e voltar quando anoitecer.
4- mas se você não está procurando por esporte, pega um aviãozinho e vai ver neve em Paris ou em Londres ou em qualquer cidade grande que tenha alguma coisa pra fazer! :)

Brincadeiras à parte, adorei meu carnaval, adorei conhecer um pedacinho frio do interior da Catalunya, adorei a neve!

Nós com frio

 Besos!

Gràcia 3x1: Bodega E. Marín, cineminha e El Vietnamita

Sexta-feira à noite é dia de passear, né? Nós fomos passear em Gràcia. Um dos dez distritos em que Barcelona se divide, foi anexado à cidade só em 1897, até lá era um povoado independente chamado Vila de Gràcia.

Hoje é um bairro para os notívagos, cheio de bares e restaurantes, ruas estreitas (em muitas delas não passam carro) e calçadões com gente pra todo lado. Isso numa sexta-feira em que a temperatura estava bem agradável, no verão as mesinhas nas calçadas devem ser disputadas a tapa.

Em Gràcia também ficam os cinemas Cine Verdi e Cine Verdi Park, uns dos poucos da cidade em que os filmes não são dublados. Foi lá que fomos semana passada assistir ao ótimo Django (Unchained no original, Livre no Brasil e Desencadenado por aqui) e nesta sexta-feira ao The beast of southern wild (que em castelhano foi traduzido ao pé da letra - Las Bestias del sur salvaje, e em português recebeu a péssima tradução de Indomável Sonhadora). Não me empolguei muito com o filme não, apesar de beeem mais curto que Django demorou muito mais tempo pra passar. Verdade que a menininha é ótima, mas o filme não me agradou... Mas como esse blog não é de crítica de cinema, vamos ao passeio antes/depois do cinema.

Como não estava muito frio resolvemos ir andando, apesar dos 1,6km. Na ida paramos na tradicional Bodega E. Marín, bem pequena, bem antiga, com garrafas por todos os lados. Tomamos duas taças de vinho por €1,40 cada uma e seguimos em frente.

Depois do filme fomos no La Vietnamita, um restaurante vietnamita (dã!!) pequeno, mas muito bem decorado, com mesas compartilhadas, cheio de gente (demoramos uns 20 minutos pra conseguir sentar) e com uma comida diferente e muito saborosa!

Pra começar comemos um rolinho (€4,90) com massa de papel de arroz, recheado com verduras, ervas frescas e camarão, acompanhado de molho Nuac Mam (de amendoim). O rolinho sozinho era meio sem graça, mas quando "pochado" (não é só na minha família que conhecemos essa palavra, né?) no molho de amendoim ficava muito bom.

Rollito de verano Gôi Guôn

Depois, eu fiquei com o Phó (€7,90), uma sopa tradicional do Vietnam, servida com massa de arroz, especiarias e ervas frescas. Apesar de ser uma sopa quente, era bem refrescante, imagino que por causa da mistura de especiarias e ervas. Ponto pro Phó!

 Marido ficou com o Curry (€7,90) de arroz e frango. Apesar dele não gostar de frango, gostou bastante do prato, encheu de pimenta e comeu até o último grão!

E de sobremesa comemos os bem medianos rolinhos de chocolate com molho de abacaxi e abacaxis frescos (€3,90).

 O El Vietnamita também tem no cardápio os famosos sanduíches, mas já tinham acabado quando chegamos. Pelo tempero da comida, com certeza vale uma volta um dia desses só pra experimentar os sanduíches! :)

O que achei do El Vietnamita:

Besos!

Restaurante do dia: Tram Tram

Domingo passado fomos almoçar em Sarrià. Segundo esse site de turismo de Barcelona, Sarrià "é o bairro de Barcelona por excelência, que conserva o sabor tradicional e a personalidade de sempre, o bairro de comércio e residências nobres, mas também de parques, hospitais e escolas de prestígio. Passear aqui é sempre um prazer e um reencontro com o passado."

Imagem daqui.

Uau! Verdade que o passeio de domingo foi bem agradável, calçadões cheios de famílias, velhinhos, bebês, cachorros e bicicletas. Confeitarias, uma feira de comida em frente a igreja, montes de restaurantes.

Depois de um metrô, um trem e algumas quadras a pé chegamos ao nosso destino: Tram Tram (Major de Sarrià, 121).

 

Além do salão eles tem uma terraza bem bonitinha, mas que tava fechada por causa do frio. Olha:

Ainda estava vazio quando chegamos, às 13h30, e de cara nos ofereceram esse potinho da primeira foto alí de cima, com um creme de tomate e espuma de parmesão. Não era uma delícia, mas tenho que admitir que foi bem simpático.

Ficamos com o menu que saiu por €28. Em dia de semana cai pra €19.

Nossas entradas:

 

Tartar de atum perfeito, com uma crosta de pão com tomate pa amb tomaquet por baixo que dava crocância na medida certa. O prato do dia!

+

Ravioli de alcachofra bem correto, mas que nem tinha muito gosto de alcachofra, nem chegava aos pés do tartar.

Os pratos principais:

 

Codillo de porco (é o eisbein dos alemães, mas sem o osso) com purê de maçã. Bonito, cheiroso e gostoso, mas tão pequenininho...

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Arroz meloso (que não é bem uma paella, que é bem mais seca) de frutos do mar. Bom, mas certeza que vou comer paellas melhores por aqui!

As sobremesas:

Crema catalana com pêra, um pouco diferente que o tradicional, tinha uma textura mais próxima de um mousse. Tava ok. Só ok.

+

Fondant de chocolate. Bonito e gostoso, mas doce, muito doce.

O que eu achei do Tram Tram (além do nome esquisitinho):

Besos!