quinta-feira, 11 de abril de 2013

As peças que a língua nos prega...

De quando eu morei na Inglaterra, costumo contar duas histórias engraçadas que aconteceram comigo por conta do inglês.

Pra contextualizar, eu morei 6 meses em Isle of Wigth, uma ilhazinha no sul da Inglaterra onde todo ano acontece um famoso festival de música. Lá eu trabalhava em um hotel chamado Whitecliff Bay, que era tipo um hotel fazenda, com caravanas e trailers, e também tinha um camping.




Durante o dia, algumas tardes por semana, eu trabalhava no mercadinho do camping. Foi lá que aconteceu a primeira história. Estava eu sentada no caixa, provavelmente fazendo palavra-cruzada ou lendo algum livro (já que naquela época não se falava em smartphone e a internet não chegava nem perto do camping), quando chega um cliente e pergunta:





- Do you have tent packs?
- Sure, respondo eu, e levanto em direção a prateleira de absorventes pra mostrar pra moça onde estava o Tampax.

Quase morrendo de rir, ela me explica que na verdade estava procurando por aqueles negócios que seguram a barraca fincada no chão.

Durante a noite, eu trabalhava em um dos bares do hotel. E foi lá que aconteceu a segunda história. Em um dia sem movimento, estávamos atrás do balcão somente eu e o Mick, meu gerente. Eis que ele vem até mim, diz alguma coisa incompreensível e sai. Eu, sem querer dizer que não tinha entendido, e achando que ele estava me chamando pra mostrar alguma coisa que eu deveria fazer, fui atrás dele. Alguns passos depois, ele percebe que eu o estou seguindo, pára, me olha assustado e pergunta "o que você tá fazendo?" "eeehh... você não pediu pra eu vir com você?" "não, Carla, eu só te avisei que estava indo ao banheiro". Uén uén uén. Não sei quem ficou mais constrangido, eu, ou o Mick, um senhor de mais de 60 anos que pensou que estava sendo assediado por uma menininha de 19.

Pois bem, 9 anos depois estou em Barcelona e a língua continua me pregando peças. Dessa vez foi o espanhol.

Primeiro foi no parquinho dos cachorros. Levei o Fibonacci pra passear, um dono de cachorro se aproxima e pergunta:

- es un cachorro?

- ... (em pensamento respondi: não, é um gato! Claro que é um cachorro!)

Sempre achei que o Fibo parece mais com um suricato do que com um cachorro, mas qual seria a probabilidade de alguém levar um suricato pra passear em um parque de Barcelona?

Pois bem, acontece que em espanhol, e isso eu fiquei sabendo quando fui demonstrar minha indignação com a pergunta idiota do meu amigo do parque, "cachorro" significa "filhote". E passou que na verdade a idiota fui eu.

Segunda história. Quase morri de tanto rir e pro resto da vida continuarei rindo quando contar esse lindo diálogo (por e-mail), protagonizado pelo marido.

Pois bem, sábado vamos fazer uma feijoada aqui em casa e chamar alguns amigos. Daí Luis escreve pro Joan convidando pra vir e pedindo uma panela emprestada, já que as nossas são todas pequenas.

- Y tu puedes prestarme una polla? No hace falta que sea muy grande.

- Ah, entonces pilla a otro. La mia no vale.

Hahahahahahahaha. Não vou explicar pra não perder a graça. Se você não fala um pouquinho de espanhol, pergunta lá pro google!

Só uma dica:



2 comentários:

  1. Afff... e eu fui traduzir no google mesmo, rsrs...

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  2. Carla !!
    Pela dica não precisa nem pesquisar no professor google.
    Mas seu blog começou a ficar engraçado.

    Beijos

    Muitas saudades.

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